Snowballer Convida #1: Gabriel Rech fala sobre Investimentos
Um portfólio 50% Renda variável e 50% renda fixa, rebalanceado, ganha de 80% da indústria de fundos de investimento.
Ei amigos e amigas! Esta é uma edição extra para assinantes desta newsletter, projetada para torná-lo um melhor investidor. Os membros têm acesso às estratégias, táticas e sabedoria de investidores e fundadores excepcionais.
Esta série apresenta uma correspondência mensal por e-mail sobre a arte de investir entre mim e amigos investidores bem mais experientes.
A cada edição, convidarei alguém que eu considero relevante na nossa indústria para partilhar sobre tópicos atuais e atemporais, neste primeiro vos trago um texto de Gabriel Rech, investidor profissional com 17 anos de mercado e estrategista chefe da Macro Assessoria.
Convidado a escrever um texto sobre como uso a análise macro para a tomada de decisão, já quero deixar claro no primeiro capítulo, nenhum tipo de análise funciona.
Parece contraditório mas é nessa necessária reflexão que os erros ficam menores.
Nenhuma análise - macro, fundamentalista, técnica, quantitativa…- funciona.
Não 100% do tempo. Seria assim o mercado financeiro tão fácil quanto Warren Buffett faz parecer. Com essa afirmação, não quero desmerecer nenhuma das análises, mas valoriza-las, cada uma ao seu modo e tempo.
Sendo a engrenagem econômica e os mercados uma ciência pouco exata e previsível, o exercício inócuo de futurologia pode trazer mais prejuízos do que benefícios ao seu portfólio.
Uma análise top down (macro) ou fundamentalista (bottom up) nunca devem ser misturadas com ego ou certeza absoluta.
Todo mundo já ouviu a frase “Os mercados podem permanecer irracionais por mais tempo do que você pode ficar solvente” atribuída a Keynes.
Nesse ponto chegamos ao seguinte dilema - Somente o mercado de risco pode multiplicar capital, mas o risco é proporcional ao ganho, como consigo ser um investidor ganhador no médio/longo prazo?
Aqui meus 17 anos de mercado podem atestar algumas cláusulas pétreas sobre como ser um investidor lucrativo no médio e longo prazo.
1ª Cláusula Pétrea - Asset Allocation.
Diversificar entre as classes de ativos disponíveis é essencial, cada classe tem seu próprio ciclo de performance, e inevitavelmente você acaba com menor volatilidade no portfólio.
Sou do time que gosta de volatilidade, não nego. Mas a volatilidade excessiva de um portfólio acaba por gerar preocupações demasiadas e decisões de investimento desastrosas. E aqui quero lembrar que o aspecto psicológico é fator determinante entre investidores, ganhadores e perdedores.
2ª Cláusula Pétrea - Position Sizing.
Não importa quanto você está convicto em uma tese de investimentos, sempre há um tamanho ideal de posição.
Esqueça que atribuem a Buffett o título de concentrador de portfólio, você não é Buffett, e Buffett possui tanto caixa para novas oportunidades quanto pode usar o prêmio das suas empresas de seguros.
Se você tem dinheiro infinito como Buffett, pode tentar concentrar um pouco mais, mas lembre-se você tem que ver uma fonte inesgotável de capital novo para isso.
Position sizing é um hedge natural, se você achou que a tese tem potencial para triplicar e passou de 10% do seu patrimônio líquido total investido nessa tese, você está em um nível de risco desnecessário.
Afinal, boas teses surgem corriqueiramente, capital para investir nem sempre surgem na mesma intensidade.
3ª Cláusula Pétrea - Rebalanceamento.
O rebalanceamento entre as classes de ativos nada mais é que todo objetivo nos investimentos simplificado a uma estratégia apenas.
O rebalanceamento de portfólio faz você vender na alta e comprar na baixa, obrigatoriamente.
O rebalanceamento não impede de deixar seus investimentos ganhadores continuarem ganhadores, ele apenas adiciona o componente diminuir o que gerou mais lucro e posicionar onde teve menor desempenho.
Supondo que você tenha uma carteira 50% Ibov e 50% CDI, o rebalanceamento faz você trocar renda variável por renda fixa nos momentos de alta e baixa.
E podem checar, nos backtests, um portfólio 50% Renda variável e 50% renda fixa , rebalanceado, ganha de 80% da indústria de fundos de investimento.
Enfim, era para o texto ser sobre análise macro e como usá-la na decisão de investimentos, mas ficam minhas cláusulas pétreas dos investimentos, na qual, todos os meus clientes que a seguem, nos meus 17 anos de mercado, são vencedores.
Um grande abraço.
GABRIEL RECH Estrategista-Chefe | Macro Assessoria de Investimentos.
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É isso por hoje!
Mais uma vez obrigado por ler.
Abraço,
Snowballer
PS: “DMs are open”: Twitter
Muito simples e objetivo, com clareza no entendimento.
Aula, que venham mais convidados, gostei bastante do domínio do tema e da clareza nas respostas.