Mercado Livre: construindo um monstro do comércio online.
Parte 1: Estudando o início dessa gigante latina.
Na primavera de 1999, Marcos Galperin, então estudante de MBA na Stanford Graduate School of Business, planejou criar uma empresa de e-commerce focada em atender aos mercados latino-americanos emergentes, mas de rápido crescimento.
Enquanto muitas empresas de e-commerce baseadas nos Estados Unidos começavam a considerar a expansão internacional na época, Marcos acreditava firmemente que uma empresa local, construída desde o início para servir à América Latina, teria uma vantagem sobre as concorrentes estrangeiras.
Antes de sua graduação em junho de 1999, Galperin havia conseguido financiamento anjo e recrutado seu primo, Marcelo Galperin, para ser o diretor de tecnologia da empresa.
Após a graduação, Marcos Galperin retornou à Argentina e, no espírito de uma start-up do Vale do Silício, ele e Marcelo começaram a trabalhar em uma pequena garagem em Buenos Aires.
Eles rapidamente recrutaram Hernan Kazah, um dos colegas de classe de Marcos em Stanford, e em 2 de agosto de 1999, a visão de Marcos Galperin se tornou realidade.
Anos depois , Hernan saiu da operação do Mercado Livre e criou um fundo de investimento chamado Kaszek Ventures, que investe em novos negócios por toda a América Latina.
Ele conta que espera encontrar o próximo Mercado Livre: “o mercado justifica o surgimento de várias empresas tão grandes quanto”.
O Mercado Livre lançou seu primeiro site de leilão online C2C e B2C específico para cada país na Argentina. Os usuários iniciais estavam altamente engajados, e as campanhas de marketing da empresa atraíram usuários para o site.
Em outubro de 1999, menos de três meses após o lançamento, o Mercado Livre tinha mais de 15.000 usuários na Argentina que haviam completado mais de 6.000 transações, totalizando mais de US$ 2 milhões em valor.
Mas o Mercado Livre não era a única empresa com uma bandeira apressada para reivindicar os mercados de e-commerce na América Latina.
Pouco depois de entrar no mercado argentino, o Mercado Livre construiu e lançou um site no Brasil, e dentro de algumas semanas, mais de 4.000 brasileiros se registraram como usuários no site.
O comércio online dependia fortemente da infraestrutura física para a entrega de mercadorias após a conclusão das transações.
Historicamente, os sistemas postais oficiais na América Latina eram pouco confiáveis, embora tivessem melhorado significativamente em vários países, especialmente no Brasil e na Argentina.
O primeiro passo nesse processo foi alcançar uma massa crítica na Argentina, o que exigia atrair compradores e vendedores em números suficientes.