Da Medicina ao Empreendedorismo: a jornada de Jorge Moll de cardiologista a magnata dos negócios
Nascido em 23 de janeiro de 1946, no Rio de Janeiro, a jornada de Jorge Moll de estudante de medicina a bilionário foi tudo, menos convencional.
Tudo começou com sua carreira médica como cardiologista, com especial interesse no lado tecnológico da área, especialmente em hemodinâmica e equipamentos de diagnóstico.
Seu momento decisivo ocorreu durante uma especialização na UCSF, em São Francisco, onde ele encontrou máquinas sofisticadas de ecocardiografia bidimensional em meados da década de 1970.
Ele imediatamente reconheceu o potencial dessa tecnologia não invasiva para revolucionar a cardiologia diagnóstica.
Ao retornar ao Brasil em 1977, Jorge investiu na tecnologia mais recente, abrindo uma pequena clínica para exames cardiológicos complementares.
Isso o levou a inovar o modelo de negócios, oferecendo serviços de diagnóstico para outros cardiologistas.
Ele fundou o Cardiolab e, posteriormente, expandiu-o para Labs, oferecendo uma ampla gama de exames médicos sob um mesmo teto. Esse modelo foi revolucionário na época e lançou as bases para seu futuro no empreendedorismo em saúde.
Na década de 1990, Jorge se tornou uma figura chave na medicina diagnóstica, introduzindo a primeira máquina de ressonância magnética fechada do Brasil.
Seu negócio , o Labs estava prosperando, mas ele começou a perceber a crescente concorrência e a diminuição das barreiras de entrada no campo diagnóstico.
Entre o fim da década de 1980 e durante os anos 1990, o Grupo Labs, como foi chamado após a expansão das unidades, se consolidou.
Com a ajuda do destino, Jorge Moll teve uma oportunidade e tanto para expandir a operação.
O imigrante Gaspar D’Orey, desejava voltar a Portugal, mas antes precisava se desfazer de um negócio: um hotel localizado na Barra da Tijuca, em sociedade com Jacob Barata.
Barata assumiu a parte de D’Orey e Jorge Moll Filho entrou como sócio do empreendimento. O cardiologista, então, convenceu o associado a transformar o antigo hotel em hospital.
Essa ideia não foi uma aposta impulsiva. Antes mesmo da abertura da primeira clínica, a Cardiolabs, Moll já assistia a muitos de seus pacientes pegando a ponte aérea em direção a São Paulo, já que muitos cariocas com um alto poder aquisitivo recorriam ao hospital Albert Einstein, na capital paulista, por falta de opções no Rio.
À medida que o financiamento se tornou mais acessível, Jorge percebeu que precisava diferenciar e proteger seu negócio, entrando no setor hospitalar, que apresentava barreiras de entrada mais altas.
Assim, em 1998, ele inaugurou o primeiro hospital do que se tornaria a Rede D’Or na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.