Cimed: como os Adibe usaram a distribuição para criar uma gigante brasileira
'' Eu sempre fui um vendedor e era muito conhecido no setor. O que a internet trouxe foi uma escala diferente para mostrar um pouco do que a gente faz. '' - João Adibe
No Brasil, até o início dos anos 2000, o mercado farmacêutico era dominado por empresas multinacionais, com baixos investimentos locais em atividades de Pesquisa&Desenvolvimento.
Em função da especialidade dessas atividades para sua estratégia competitiva, elas geralmente se concentram nos países-sede das matrizes ou em outros países desenvolvidos.
Uma das poucas empresas nacionais mudando essa realidade se chama Cimed, você provavelmente já ouviu falar dela devido à sua enorme presença nas redes sociais.
A edição de hoje vai olhar um pouquinho para essa história bem sucedida de produção de remédios no Brasil.
João de Castro Marques fundou a empresa em 1977, após a aquisição de duas empresas, que eram a Horno Terápica e o Grupo Windson, assim que as empresas se fundiram, o Grupo Cimed foi fundado.
De uma empresa com 12 funcionários, a Cimed tem hoje 5.000 colaboradores e 600 produtos com um modelo de distribuição própria, o seu grande diferencial.
10 anos atrás a empresa era a trigésima sexta farmacêutica do Brasil, hoje ela é a terceira, representando 12% de todas as caixas de medicamento vendidas no país.
Seguindo uma estratégia de diversificação de portfólio que vai de suplementos e vitaminas até perfume intimo, o plano da empresa agora é alcançar um faturamento de 5 bilhões de reais até 2025.
Quem tá colocando esse plano em prática são os irmãos João Adibe e Carla Marques que dividem a liderança da companhia.
A empresa fechou o trimestre passado com um faturamento recorde de R$ 309 milhões no mês de Agosto, o resultado é fruto de uma série de fatores, incluindo o grande sucesso da marca de hidratante labial Carmed em collab com a marca de doces Fini, com apenas 4 meses de lançamento, o produto atingiu a barreira dos R$ 100 milhões em faturamento.
No início do mês a empresa resolveu promover uma “live” para vender duas novas linhas de Carmed: tutti-frutti e beijinho (como o doce das festas de criança).
O resultado foi espantoso: R$ 40 milhões vendidos em apenas 20 minutos.
Ancorada pelas atrizes Larissa Manoela e Maísa Silva, a “live” teve de ser interrompida. Caso contrário, a empresa não teria como entregar as mercadorias.
Virou uma verdadeira febre. As farmácias precisam esperar até 60 dias para receber a reposição de seus estoques.
Algumas versões dos hidratantes são vendidas na internet com ágio (já que a Cimed não usa o canal online para escoar seus produtos).
Normalmente, um Carmed custa R$ 25 e 30 no ponto de venda. Mas há sites que vendem esse mesmo produto pelo dobro do preço praticado no varejo.