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Este final de semana se realiza mais uma vez a conferência anual da Berkshire Hathaway.
Vai ser a primeira em muito tempo sem a presença do co-fundador dessa gigante empresa, chamado Charlie Munger, visto por mim e por Warren Buffett como uma das mais brilhantes mentes que já falou sobre investimentos.
Nesta edição vamos revisitar esse conglomerado gigantesco e como a empresa vai seguir sem essa mente brilhante.
Por meio de inúmeras aquisições ao longo de décadas, a Berkshire se tornou a maior compradora em série de empresas do mundo.
Buffett atribuiu a Munger o alargamento da sua abordagem ao investimento para além da insistência do mentor Benjamin Graham em comprar ações por uma fração do valor dos seus ativos subjacentes.
“Charlie sempre enfatizou: ‘Vamos comprar negócios verdadeiramente maravilhosos’
Isso significava empresas com marcas fortes e poder de precificação.
Munger incentivou Buffett a adquirir a confeitaria californiana See's Candies em 1972.
O sucesso desse negócio - levou Buffett a ver a See's como “o protótipo de um negócio dos sonhos” -e isso inspirou o investimento de US$ 1 bilhão da Berkshire em ações da Coca-Cola Co, assim como o mais recente aporte na Apple
Incluindo sua própria aquisição em 1964, calculamos que a Berkshire adquiriu pelo menos 80 empresas entre seguradoras e não seguradoras nos últimos 57 anos e gastou mais de US$ 120 bilhões em aquisições nos últimos 20 anos.
A Berkshire tem atualmente 67 subsidiárias. Os lucros operacionais da empresa aumentaram para US$ 37,350 bilhões em 2023, um aumento de 17% em relação aos US$ 30,853 bilhões no ano anterior.
A Berkshire detinha US$ 167,6 bilhões em dinheiro no quarto trimestre, um nível recorde que supera os US$ 157,2 bilhões que o conglomerado detinha no trimestre anterior.
Ao longo de 57 anos, de 1965 a 2023, a Berkshire cresceu e se tornou a 7ª maior empresa dos EUA em receita, (US$ 302 bilhões), e a 2ª maior empresa do mundo em patrimônio líquido total (incluindo bancos) de US$ 472 bilhões.
Warren Buffett e Charlie Munger na Berkshire Hathaway
Warren Buffett (juntamente com Charlie Munger) na Berkshire Hathaway (1965 - 2023) é o melhor investidor do mundo, ponto final.
Não se trata apenas de quantos retornos anualizados ele estava investindo, mas ainda mais do extraordinário período pelo qual ele continuou investindo bem.
Investir bem importa, investir tanto quanto ele fez, importa ainda mais, deixando o compounding fazer seu trabalho.
Todo o float de seguro, float operacional e float de derivativos ocasionais são reinvestidos em grande parte no controle de empresas ou em ações listadas publicamente.
Warren Buffet atualmente ainda possui 38,5% da empresa, avaliados em US$ 113 bilhões e Charlie Munger possui 0,7% avaliados em US$ 2,1 bilhões (em 22 de abril de 23).
Warren prometeu em 2006 distribuir todas as suas ações da Berkshire Hathaway – mais de 99% de seu patrimônio líquido para a filantropia por meio de 5 fundações.
Em junho de 2021, ~50% já havia sido distribuído. Após sua morte, aproximadamente 99,7% de seu patrimônio irá para filantropias e como impostos para o governo federal.
O restante irá para sua esposa, dos quais 90% serão investidos em ETFs S&P 500 e os 10% restantes em títulos do tesouro (nunca apostem contra a América, meus amigos…).
O futuro: Ajit, Greg , Ted e Todd
Gregory Abel (60 anos) é vice-presidente das operações não seguradoras e Ajit Jain (71 anos) vice-presidente das operações seguradoras, ambos eleitos em 2018.
Gregory (“Greg”) Abel era executivo da MidAmerican Energy Holdings com Walter Scott e Dave Sokol, que a Berkshire adquiriu em 2002, que dirige a Berkshire Hathaway Energy (“BHE”).
Caso seja necessário um substituto para Warren Buffett, o Conselho concordou que Gregory Abel deve substituí-lo.
Ajit Jain é um executivo indiano-americano, hoje ele é o vice-presidente de operações de seguros da Berkshire Hathaway.
Basicamente esses dois senhores cuidam da parte operacional da empresa e são brilhantes naquilo que fazem, como esperado.
Mas aqui a gente fala de investimentos, por isso o foco fica em Todd Combs e Ted Weschler, os dois pupilos responsáveis por alocar parte do dinheiro da empresa e os provaveis herdeiros do mandato alocador de fundos da empresa.
É uma enorme responsabilidade saber como isso será levado adiante e é muito importante que os investidores entendam isso.
Se o par não conseguir igualar o que Buffett fez, levanta-se uma questão sobre o valor da empresa e a sua razão de existir num mundo onde os fundos de índices passivos são considerados mais seguros, mais baratos e mais fiáveis do que os gestores de fundos activos.
Warren e Charlie acreditam que Todd e Ted têm inteligência, julgamento e caráter para administrar todo o portfólio de investimentos da Berkshire quando um deles não estiver mais administrando a Berkshire. Ambos também apoiarão e ajudarão o próximo CEO da Berkshire a fazer aquisições.
Todd foi apresentado por Charlie Munger a Warren Buffett e foi o primeiro gerente de investimentos a ser contratado pela Berkshire. Sua experiência em investir em empresas financeiras claramente se destacou.
Antes de ingressar na Berkshire em 2012, Ted Weschler foi sócio geral da Peninsula Capital Advisors, que iniciou em 2000.
O histórico de Weschler foi excelente, produzindo retornos totais de +1.236% durante os primeiros 11 anos de vida do fundo, superando o S&P 500 em + 1.259%, aumentando os ativos sob gestão de US$ 400 milhões para US$ 2 bilhões.
Ele manteve quatro de suas 13 posições originais durante esse período, e duas delas foram grandes vencedoras.
Buffett sempre evitou ações de tecnologia durante a sua carreira, afirmando que está mal equipado para avaliar suas perspectivas e se sente desconfortável com seus fluxos de caixa imprevisíveis e, muitas vezes, com uma expectativa de vida curta, tão dependente da inovação.
Em 2011, ele abriu uma exceção para a IBM, fazendo uma aposta de US$ 10,9 bilhões no grupo de TI, o que se revelou um fracasso. A Berkshire vendeu as ações no prazo de sete anos, com o preço das ações do grupo de TI mais baixo e aparentemente preso num ciclo de receitas decrescentes.
Mas em 2016, Combs ou Weschler investiram numa empresa tecnológica que é considerada a maior aposta de sempre na bolsa de valores da Berkshire na última década: a Apple.
Buffett adquiriu 906 milhões de ações da Apple, hoje no valor de US$ 153 bilhões.
Isso representa 44,74% de sua carteira de ações e é sua maior participação.
O investidor possui 5,84% das ações em circulação da Apple. A primeira negociação da Berkshire na Apple foi feita no primeiro trimestre de 2016.
Desde então, Warren Buffett comprou ações mais treze vezes e vendeu ações em seis ocasiões.
A participação custou ao investidor US$ 35,9 bilhões, rendendo ao investidor um ganho de 327% até o momento (mais de 600 % desde que investiram, incluindo os dividendos anuais).
Ted Weschler passa metade do dia lendo coisas aleatórias, como jornais e periódicos comerciais.
Em uma entrevista de 2016, Ted destacou: "Para ser um investidor de sucesso, você precisa ter fome, ser intelectualmente curioso, interessado, ler o tempo todo. Leia muitos jornais. Você precisa de um certo nível de aleatoriedade para conectar coisas que podem lhe dar uma visão sobre o rumo que uma empresa irá tomar daqui a cinco anos, algo que outra pessoa talvez não perceba."
Todd Combs lê cerca de 12 horas por dia – jornais, relatórios trimestrais, arquivos da SEC, transcrições e revistas comerciais.
Tal como Buffett, eles esperam encontrar ou confirmar uma vantagem – um pensamento, uma ideia, um insight ou uma tendência que não esteja a ser reconhecida pelo mercado.