BREX: como dois brasileiros furaram a bolha de silicon valley
Eles se tornaram bilionários em tempo recorde.
Em 2013, os jovens brasileiros Henrique Dubugras e Pedro Franceschi lançaram formalmente a Pagar.me, uma processadora de pagamentos online.
Apesar de não conhecerem a empresa dos irmãos Collison, da Stripe, quando começaram, a Pagar.me alinhava-se funcional e filosoficamente com a Stripe, mas com um foco geográfico diferente.
Nos anos seguintes, a mídia frequentemente se referia ao Pagar.me como a "Stripe do Brasil."
Iniciar uma empresa em uma idade em que a maioria dos jovens está preocupada com vestibulares já demonstrava uma notável precocidade.
Além da sólida experiência no setor, Franceschi atribui essa ousadia às imprudências da juventude: "Não fazíamos ideia do que estávamos fazendo. O nível de ignorância que tínhamos sobre o que é necessário para construir uma empresa provavelmente nos ajudou."
A Pagar.me foi um sucesso. Nos três anos seguintes, Dubugras e Franceschi escalaram o negócio para mais de 150 funcionários, movimentando $1 bilhão em volume anual de transações e gerando milhões em receita – tudo isso enquanto equilibravam as demandas do ensino médio.
Por volta da mesma época em que os fundadores do Pagar.me negociavam termos com megafundos como o DST Global, eles também aplicaram para universidades. Ambos concordaram em relação à escola dos sonhos: Stanford.
No início de 2016, os jovens empreendedores trocaram as metrópoles brasileiras pela Califórnia.
Embora inicialmente se preocupassem com o custo da mensalidade, não precisavam ter se preocupado. Em agosto daquele ano, o Pagar.me foi adquirido pela Stone.
Embora os detalhes do negócio nunca tenham sido divulgados, o valor foi mais que suficiente para cobrir uma educação em Stanford e a vida em um novo país.
No final, a passagem de Franceschi e Dubugras por Stanford foi breve. "Ficamos apenas seis meses," lembrou Dubugras. "Então tivemos uma nova ideia para uma empresa e desistimos."
A empolgação e o charme da vida universitária não puderam competir com a adrenalina de construir algo novo.
Em 2016, ao mesmo tempo em que a Pagar.me foi adquirida, também era "o ano da realidade virtual (VR)", segundo muitos relatos.
Embora o retrospecto mostre que a tecnologia ainda estava a anos de uma adoção significativa pelo consumidor, os primeiros headsets de Facebook, Microsoft e HTC causaram um grande impacto.
Após uma demonstração do Oculus no shopping de Palo Alto, Dubugras e Franceschi começaram a trabalhar na "Veyond", uma empresa de VR projetada para levar a tecnologia ao mercado de massa. Eles se juntaram ao lote de inverno da Y Combinator para tentar concretizar essa visão.