A última do ano: da Califórnia para Tóquio.
Quanto mais cedo você reconhecer seus pontos fortes e fracos, mais rápido poderá criar uma equipe que os responsabilize. - Charles Schwab.
Olá a todos, estamos na última semana do ano, 2023 passou rápido por aqui, mas ainda temos tempo para falar dos nossos negócios favoritos, nessa edição vamos olhar duas empresas que começaram com newsletters.
Sim, é possível, as newsletters apesar de serem a moda do momento, já foram o ponto de partida de dois conglomerados do mercado financeiro muito tempo atrás, falo da Corretora Americana Charles Schwab e do Banco de Investimentos Japonês Nomura Holdings.
Chuck: o redator
Antes de revolucionar o mercado de corretagem, Chuck Schwab era redator de newsletters.
Em parceria com um antigo colega e um financiador, ele criou uma empresa que distribuia uma news quinzenal com o nome “Indicadores de Investimento”.
No auge, a carta tinha 3.000 assinantes pagando US$ 72 por ano (o suficiente para ganhar mais de 200 mil por ano em 1963, o que seria o equivalente a 2 milhões de dólares em 2023).
Paralelamente à sua escrita, Schwab lançou um braço de fundos mútuos e de capital de risco, e partiu para alcançar o sucesso. Ele comprou as ações de seus sócios, e rebatizou a empresa de Charles Schwab & Company.
Em maio de 1975, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA decidiu desregulamentar as comissões de corretagem.
Até então, as taxas de negociação eram fixas; posteriormente, os corretores seriam livres para definir as suas próprias taxas. Schwab achou que havia espaço para prestar um serviço mais barato.
Ele calculou que havia outros investidores independentes como ele, que queriam negociar ações com base nas suas próprias pesquisas e não precisavam de toda a gama de serviços prestados pelas empresas tradicionais. Ele adivinhou que seu mercado endereçável era talvez 10% do público investidor.
Apoiando-se em sua experiência como redator de newsletters, ele entendeu o poder do marketing direto e usou um modelo semelhante para expandir a sua empresa.
Em vez de promover ações individuais como outros corretores, ele comercializaria amplamente seu serviço de corretagem de descontos e forneceria um bom atendimento ao cliente.
Nesse comercial de 1988, ele passa essa mesma mensagem aos seus “futuros clientes".
Em 1995, o talento de Schwab para tirar partido da disrupção resultou na obtenção de US$ 1,4 bilhão em receitas pela sua empresa e na gestão de US$ 200 bilhões em activos totais.
Em breve, porém, um tipo diferente de perturbação levaria o seu negócio a novos patamares de rentabilidade. Schwab ofereceu novos serviços usando a web.
Um ávido pioneiro na adoção de tecnologia, Schwab abraçou a informatização desde o início.
Com a internet veio a concorrência, ele estava enfrentando muitas start-ups que buscavam reivindicar seu espaço on-line.
Competir com essas empresas enxutas em termos de preço era difícil.
Essas organizações menores ofereciam negociações on-line a US$ 36 por transação, enquanto a Schwab cobrava US$ 39.
Mas ele tinha algo que as novas empresas não tinham: 20 anos de história e uma marca reconhecida.
Em 1998, a corretora online da Schwab tornou-se o broker online número um e as transações online representavam mais da metade das negociações globais da empresa.
Vá aonde outros não vão para obter vantagem.
Quando a Schwab iniciou suas operações de corretagem na década de 1970, fez o oposto do que todo mundo estava fazendo:
Em vez de visar investidores institucionais, concentrou-se nos indivíduos.
Em vez de cobrar comissões e taxas altíssimas, reduziu suas taxas.
Em vez de fornecer consultoria de investimento paga, deu ao cliente ferramentas gratuitas e permitiu-lhe decidir onde o seu dinheiro o serviria melhor.
Provavelmente parecia uma loucura na época, mas essa abordagem diferenciou a Schwab da concorrência.
Hoje a empresa, que começou com apenas uma newsletter, tem receitas de US$ 20 bilhões, controla ativos de US$ 3 trilhões e tem um valor de mercado de mais de US$ 125 bilhões.
Nomura Inc: um pulo até ao Japão.
Quando Tokushichi Nomura assumiu a casa de câmbio de seu pai em Osaka em 1904.
Sua conclusão foi que as ações e os títulos ofereciam melhores perspectivas de retorno do que as poupanças bancárias, mas que o público ficava desanimado com “o caráter geralmente pobre dos corretores de títulos e que seu conhecimento do mercado era realmente bastante limitado.”
As newsletters revelaram-se uma boa solução para este problema. Em 1906, Nomura contratou um jornalista investigativo para se tornar o primeiro analista de research do Japão.
Sua newsletter, a Osaka Nomura Business News, era distribuída diariamente, repleta de informações sobre as negociações do dia anterior, análises de ações específicas e artigos sobre as tendências econômicas atuais.
Este não foi apenas um excelente marketing indireto para a Nomura como empresa, mas também proporcionou um excelente serviço aos investidores.
A newsletter serviu como uma fonte “topo do funil” para atrair clientes em potencial:
Quando a newsletter foi lançada, Tokushichi fez uma declaração de intenções que deve ter soado muito bem aos ouvidos dos investidores: 'Os lucros dos clientes devem ser considerados antes dos lucros da empresa'...
O conceito de vincular os ganhos da empresa diretamente aos do cliente tiveram ampla exposição no Osaka Nomura Business News, e as conclusões do departamento de pesquisa da empresa foram publicadas abertamente.
Nomura acabou por se tornar o maior banco de investimento e grupo de corretagem do Japão.
Dica do dia
Semana passada saiu um artigo bem legal do Luiz Guilherme Manzano, fundador do fundo bigbets , recomendo muito essa leitura . Clique aqui para acessar.
É tudo por agora!
Obrigado por ler minhas atualizações.
Desejo a você e sua família um Próspero Ano Novo !
Nos vemos em 2024 👋
-Snowballer